terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Certificado de existência"

Olhe, deixa escrever logo isso pra ver se me livro desse tema.

Tem um monte de boca me perguntando como tá a vida depois de formada. Pergunta retórica, todo mundo sabe. Pergunta enfadonha, meu Deus... Como toda pergunta que é um pretexto pra sair do constrangimento do silêncio. Mas, como só me deixo ser ranzinza quando escrevo, sou capaz de sorrir e soprar alguma resposta positiva.

Um parêntese: por que o silêncio entre duas pessoas que apenas se conhecem superficialmente é tão constrangedor? Quem responde isso? Um sociólogo, psicólogo, antropólogo? O senso comum me diz que o constrangedor é o fato de a pessoa não querer parecer desinteressante diante do outro, blá, blá, blá...

(É tão diferente quando escrevo pra mim e quando escrevo com a perspectiva de outros lerem...)

Ainda paro e penso o que escrever no campo “profissão” dos livros de visita de museu ou de biblioteca. Quando me perguntam o que faço não sei se digo “estudante de arquitetura” ou “arquiteta”. Não sei mesmo, é um limbo. Porque sempre soube o que é ser estudante. Na verdade não é que saiba propriamente, mas sempre fui estudante, fui criada pra estudar. Então, sabia que era estudante da mesma maneira que sabia que meus olhos são castanhos.

E o que é ser profissional? Está dentre as coisas que eu menos entendo o fato de um papel dar tantos predicados a uma pessoa. Não me é nada natural dizer que sou arquiteta urbanista. Não sei a dimensão disso.

Faz quatro meses que apresentei o Trabalho Final de Graduação. E toda vez que abro o Explorer do meu computador ainda vou direto pra pasta do TFG. Que ranço!...

Há outras coisas também... Só percebo as coisas quando terminam. Dias depois de haver terminado a faculdade senti, bem tênue, uma espécie de liberdade. Agora poderia fazer o que quiser, não devia mais nada. Percebi que fiz faculdade, também, por que devia, tinha dívida. E, dívida quitada, haja coragem pra essa liberdade.

Um comentário:

Vini Gonçalves disse...

"Faz quatro meses que apresentei o
Trabalho Final de Graduação. E toda vez que abro o Explorer do meu computador ainda vou direto pra pasta do TFG. Que ranço!..."

heuheuhuehueheu... ri alto aqui... tadinha de xaiane!