segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Por favor, aceite este tomate. Não queira que eu o atire em você. Obrigado. (1)

(2)

(1) Título copiado de comunidade homônima do Orkut. Livre associação, não se pode fazer nada para evitá-las.

(2) Print screen safado do site do Jornal A Tarde em 13/09/2010.

domingo, 5 de setembro de 2010

Literatura e cidade - Gógol e Choay

“Veja o exemplo das cidades: são mais belas e melhores as cidades que nasceram e cresceram por si mesmas, onde cada um construiu segundo o seu próprio gosto e necessidade. Mas aquelas que foram construídas a régua e compasso não passam de casernas e mais casernas...”

A citação acima é um trecho do livro inconcluso Almas Mortas, de Nikolai Gógol, publicado em 1842. Fiquei muito tentada em apenas dizer que Gógol antecipou em mais de 120 anos a dicotomia urbanística (progressismo x culturalismo) explicada por Françoise Choay em “O Urbanismo: Utopias e Realidades. Uma Antologia”. E só complementar dizendo que ele estaria concordando com a corrente culturalista de Camilo Sitte.

Massss... Tenho que ser franca. O trecho completo da fala do personagem é o seguinte:

"E o senhor é apreciador de panoramas? – perguntou Constangioglio, fitando-o com súbita severidade. – Veja lá, se começa a correr atrás de paisagens, ficará sem pão e sem paisagem. Olhe para o proveito, não para a beleza. A beleza virá por si mesma. Veja o exemplo das cidades: são mais belas e melhores as cidades que nasceram e cresceram por si mesmas, onde cada um construiu segundo o seu próprio gosto e necessidade. Mas aquelas que foram construídas a régua e compasso não passam de casernas e mais casernas... Deixe de lado a beleza e pense mais nas necessidades...”

Aí, mesmo não gostando de “régua e compasso”, ele estaria concordando mais com o funcionalismo progressista de Le Corbusier, né não?