sábado, 28 de novembro de 2009

Cenurbana 1

O cara do picolé, sem respirar:

Óiu picolé, eu tenho mangaba, umbu, coco, maracujá, cajá, doce de leite, caju, milho verde, cupuaçu, açaí, amendoim, tapioca, manga, nata-goiaba, goiaba, morango, chocolate, limão, acerola, abacaxi, creme com passas, iogurte, graviola, maçã verde, tamarindo, jaca...

Agora me diga se é possível caber mais de dois picolés de cada sabor naquela caixinha de isopor. Nunca entendi isso.

domingo, 8 de novembro de 2009

Bienal em SP

Então fica combinado que esse é para melhor fixar na minha memória.

Tô exausta, quase não consegui pôr meu pé esquerdo no chão quando acordei nesse dia de branco. O dia pós viagem é muito dificultoso explicar, é realmente quando estou entre duas cidades, entre duas... ou melhor, entre combinações, jeitos e escolhas de ver e lidar com tudo o que está perto de mim. Mas isso é muito fugidio, feliz ou infelizmente, sei lá...

Fui lá, ver a bienal de arquitetura, que não despertou nada de novo em mim. Eu ingenuamente pensava que bienal era para trazer, pelo menos, uma discussão controversa, uma polemicasinha e tal. Mas ela me vem apoiada em quatro palavrinhas que parecem putas velhas que já serviram pra tudo quanto é trabalho. Opa!, sem querer desmerecer o meretrício.

A exposição dos holandeses pareceu ser interessante, mas ainda não li o segundo caderno para entendê-la melhor. Os alemães foram pretensiosos e, como bem observou Leo, cheios de clichês. Acho que os cinco países da África, que expuseram um projeto cada, estavam lá para não dar margem pro crítico sem criatividade dizer que só temos olhos para a Europa e blá, blá blá, e também por causa da Copa (hum.... se bem que a África do Sul não expôs... mas é tudo África, não?). Falando em Copa, a exposição dos projetos para esta estava lá, mas, na moral, não existiu. Tinha uma dúzia de painéis e uma reprodução de arena que só poderia ser para as crianças.

Eu gostei muito da exposição de uma universidade de Hong Kong (perdoe, não lembro o nome). Eles estão mostrando trabalhos interessantes sobre tipologias desenvolvidos por alunos. A exposição de arquitetos brasileiros foi convencional: dois painéis e uma maquete para cada. E os projetos que vi são coisas do tipo que saem na AU ou na Projeto. O Governo do Estado tinha um espaço apresentando projetos que, numa olhada superficial, pareceram interessantes, principalmente a Companhia de Dança de São Paulo. A Prefeitura tinha um espaço também, mas o que ela apresentou foram aquelas casinhas iguais enfileiradas. Os demais, nada... ou eu não olhei ou não se fixaram na minha memória.

São Paulo é muito sedutora e andando por lá é preciso manter o foco. De tanta sedução – exposições, roupa, comida, música, livros, coisinhas exclusivas – estou criando uma convicção: a meta de minha cidade não pode ser oferecer o que São Paulo tem, senão estamos perdidos. Simples assim e não posso esquecer.

E uma convicção que já tinha se consolidou naquela cidade. Albergues são bem mais legais que hotéis. E, como o ENEA (Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura) me preparou pra vida, em situações de exceção como é uma viagem, eu abdico tranquilamente do quarto com banheiro pelo clima de comunhão dos albergues. Apesar disso, o hotel em que ficamos foi interessantíssimo. Ele nos apresentou um conceito inovador, revolucionário para os mais entusiasmados, de, digamos, abrigo. Os hóspedes têm oportunidade de desfrutar não de um quarto, mas de um banheiro com cama!! Tendo apenas o vaso sanitário enclausurado, tem-se chuveiro, pia e cama no mesmo espaço, é uma maneira totalmente super-nova de pensar o que é dormir e o que é higiene! Veja você, isso podia estar na bienal!! Gênios gênios gênios.

Muitos amigos e conhecidos também foram à SP ver a bienal e outras coisas. Numa conta rápida, tinham umas 16 pessoas. Encontrei também um amigo que conheci em Granada, e, velho, muito, muito estranho ver ele em São Paulo, fora daquele contexto do intercâmbio. Parecia que ele estava no cenário errado.

Apesar de ter perto pessoas que eu gosto muito, acho que 60% do tempo preferi ficar só. Basicamente por diferenças de prioridades e/ou interesses no que ver em SP. Velho, eu estou ficando cada vez menos flexível para abrir mão do que eu quero ver numa cidade. Mas, também, de noite era fundamental eu encontrar as pessoas, pra, de repente, tomar umas.

Ah sim!, você já tinha visto fila em banheiro de livraria? Isso pra mim era coisa que não existia.