Hoje eu tava no Campo Grande, fazendo nada na verdade. Andando e esperando o dia sem pressa. Eu andando, menino sentado, casal passando.
Na esquina da Rua Banco dos Ingleses estava um menino, roupas sujas, sentado num colchão dobrado que dava nojo a pessoas como eu, recostado no poste e chupando um pirulito, desses redondos e de linhas coloridas. Evidentemente já se imagina o menino preto, e o era.
Questão de segundo, aparece um casal jovem, e o homem, barbudo e de dentes encardidos, dobra o corpo e pede o pirulito ao menino, que estava provavelmente em suas primeiras lambidas. O menino dá o pirulito como se estivesse dizendo as horas. Chego a ouvir uma repreensão da mulher para o homem quando ele pega o pirulito.
Não retardo o passo, mas paro do outro lado da esquina pra olhar de novo o menino. Parecia que ele já nem se lembrava do pirulito.
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