terça-feira, 6 de julho de 2010

Então:

Se tudo não valesse à pena diria que fiquei frustrada. Bom, estou levemente frustrada. Fui parar na Barra, amiguinhos, perto do Cristo. De fato, tudo vale à pena. Eu vi o mar. Estava encapelado, não havia surfistas, estava frio, apesar do sol. Foi o vento.

Teria ido até as rochas do Cristo, mas decidi que deveria dar outra volta do experimento descrito no tópico abaixo. A frustração de não ter ido muito longe, de não ter pego ônibus que nunca havia pegado, nem estado em lugares onde nunca havia ido.

Outra volta.

Primeira descida, Elevador Lacerda. Uma vez que a primeira descida da primeira volta do experimento foi na Praça da Sé, resulta que até então andei em círculos. O final da segunda volta foi na Suburbana, pouco antes de Plataforma, acho. Mas, considerando bem, tal final seria um tanto previsível. Iria fazer uma terceira volta do experimento, mas os créditos do cartão do ônibus acabaram.

Conclusões. A distância entre os pontos de ônibus é pequena, tenho que esperar passar por pelo menos dez até descer. Caminhar é ótimo, mas com ela não se pode mudar para ambientes muito distantes nem com rapidez tal que evidencie seu contrastes e semelhanças. Aqui entendi, de maneira sensível, uma das coisas que diziam os situacionistas. Seria maravilhoso se eu pudesse filmar e soubesse editar para registrar essa experiência. Quem me empresta uma câmera?

E a conclusão mais boba e talvez mais importante para mim. Salvador tem três milhões de habitantes, todos vivem e fazem coisas ao mesmo tempo, na mesma cidade. Velho!

Um comentário:

Ana Carla Lira disse...

Que delícia de experimento!! Lembrei muito de uns que um amigo mexicano andou fazendo aqui em Barcelona testando diferentes maneiras de percorrer e ver a vidade. No caso dele o que fazia era trabalhar descrições diferentes de um mesmo trajeto. Dá uma olhada no blog: http://enunlugar.wordpress.com/page/5/
Também lembrei de um livro de Georges Perec que é um manual de usuários para a vida (conexão indireta). Em português foi traduzido como : Vida - um modo de usar.
Bom te ler, ãã-e!!
Saudade danada.
bj