Eita!... Esqueci de dizer isso. Completando o texto anterior:
Por uns dez dias fui para o trabalho com o carro de minha mãe, este tem som. Nos primeiros dias fui ouvindo Babe Ruth porque, além de ser uma ótima banda, ela me me faz sentir livre e de gosto exclusivo. Depois, por querer estar calma, sentir serenidade e ter um pouco de identidade, peguei, emprestado de meu tio, Maria Bethânia no CD “Imitação da Vida”. Meu tio, aliás, é a única pessoa que eu conheço que ainda ouve e compra CD´s.
Então estava indo trabalhar dirigindo, Maria Bethânia no ouvido, e no ar sinto ela recitando Fernando Pessoa. Jesuis... Parei no sinal vermelho e não vi quando ele abriu. O ser humano que estava atrás deu aquela buzinada sem nenhum afino e expressei sem palavras (contraindo as sobrancelhas e levantando a mão em riste): velho, você não tá vendo que é Fernando Pessoa e Maria Bethânia?!!
Fui indo de novo, quase chegando ao trabalho, mais um Desassossego e passei da rua onde eu tinha que virar à direita. Suspiro. Descobrindo outro caminho, ouvindo outra música, passei pelo final de linha da Pituba, virei à esquerda, subi uma ladeira, e merrrrrda, deixei de virar na rua de novo. Aí desliguei o rádio, já estava atrasada e o dia me chamava.
Se eu fosse legista e puritana diria que ouvir Maria Bethânia recitando Fernando Pessoa deveria constar no código de trânsito como infração média a grave.